Há
alguns anos, por volta de 2003, assistia diariamente o filme sobre a Copa do
Mundo de 2002, no qual o questionável Brasil sagrou-se campeão. A seleção, que
era composta por medalhões e jovens promissores, surpreendeu a todos, já que
não estava em um bom momento e não era uma das favoritas.
Os dois principais jogadores do Brasil eram
Ronaldo e Rivaldo, mas um outro atleta me chamava atenção. Um garoto dentuço,
de cabelo comprido e ondulado, que sempre estava com um sorriso no rosto. O
nome dele era Ronaldo de Assis, mais conhecido como Ronaldinho Gaúcho.
Na época, ele tinha 22 anos e ainda estava
dando seus primeiros passos no futebol europeu. Mas depois daquela Copa, sua
carreira despontaria de vez. Com arrancadas fulminantes, passes certeiros e um
gol de falta para entrar para a história do futebol, Ronaldinho começou a ser
cada vez mais admirado pelos fãs do esporte. Sempre carismático e com samba no
pé, virou um astro mundial.
Depois, me tornei um leitor assíduo das
revistas em quadrinhos sobre o craque. Pude conhecer um pouco mais da sua
história de vida e me divertia com as aventuras do personagem. Da infância
pobre, mas alegre no sul do Brasil, até o estrelato no Barcelona. Comecei a
admirar ainda mais aquele gênio da bola e sonhava em poder contar, por pelo
menos alguns minutos, com ele no meu time do coração, o Atlético Mineiro.
Alguns anos se passaram, e Ronaldo já era um
jogador consagrado. Com 2 prêmios de melhor do mundo e quase todos os títulos importantes
conquistados, eram poucas suas metas no futebol europeu. Então, depois de mais
de uma década longe do país natal, decidiu retornar ao Brasil. Flamengo foi o
time escolhido. No clube, o início foi um conto de fadas e o final, inesperado
e repentino, um pesadelo. O jogador saiu pela porta dos fundos e seu futuro era
incerto.
Ronaldinho mudou de ares e trocou a vida
agitada do Rio de Janeiro pela tranquilidade de Minas Gerais. Para a surpresa
de todos, transferiu-se para o Atlético-MG. Minha alegria não poderia ser
maior. Poder assistir um ídolo de perto vestindo a camisa do meu time não tinha
preço.
Um melhor do mundo e uma torcida apaixonada,
carente por ídolos e títulos, uma combinação que não poderia dar errado.
Ronaldinho chegou questionado pelo passado recente, mas depois de algumas boas
atuações, já foi abraçado pela massa. Em seu primeiro ano, levou o Galo ao
segundo lugar do Campeonato Brasileiro e, após 13 anos, a uma vaga na Taça
Libertadores da América, torneio que faltava ao atleta e ao clube.
Em 2013, após excelentes apresentações e
muito sofrimento, Ronaldo comandou os guerreiros atleticanos no título mais importante já conquistado pelo
clube, a Libertadores de 2013. Com isso, marcou seu nome na história do Atlético
e será um eterno ídolo para a torcida alvinegra.
Em 2014, o craque se despediu do clube com
mais um título conquistado, a Recopa. Depois de alguns meses, o gaúcho retornou
ao Brasil e hoje, Ronaldinho estará em campo em um jogo do Galo, mas do lado
adversário. Será o primeiro encontro com a massa atleticana depois da passagem
pelo time preto e branco. Por ser um dos meus maiores ídolos do futebol, torço
sempre para seu sucesso, mas nesta partida, desejo que tenha a pior atuação da
sua carreira. Para os atleticanos que foram ao Rio de Janeiro acompanhar a
partida, agradeçam o jogador. Sua genialidade nos levou à nossa maior glória.
Eu serei sempre grato ao dentuço por ter me proporcionado os maiores shows que já vi ao vivo no meio futebolístico e por ter ajudado o meu time a alcançar o maior título da sua história. Obrigado sempre, Ronaldinho!
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