domingo, 30 de agosto de 2015

Eu vi o Ronaldinho jogar no meu time

  Há alguns anos, por volta de 2003, assistia diariamente o filme sobre a Copa do Mundo de 2002, no qual o questionável Brasil sagrou-se campeão. A seleção, que era composta por medalhões e jovens promissores, surpreendeu a todos, já que não estava em um bom momento e não era uma das favoritas.

  Os dois principais jogadores do Brasil eram Ronaldo e Rivaldo, mas um outro atleta me chamava atenção. Um garoto dentuço, de cabelo comprido e ondulado, que sempre estava com um sorriso no rosto. O nome dele era Ronaldo de Assis, mais conhecido como Ronaldinho Gaúcho.

  Na época, ele tinha 22 anos e ainda estava dando seus primeiros passos no futebol europeu. Mas depois daquela Copa, sua carreira despontaria de vez. Com arrancadas fulminantes, passes certeiros e um gol de falta para entrar para a história do futebol, Ronaldinho começou a ser cada vez mais admirado pelos fãs do esporte. Sempre carismático e com samba no pé, virou um astro mundial.

  Depois, me tornei um leitor assíduo das revistas em quadrinhos sobre o craque. Pude conhecer um pouco mais da sua história de vida e me divertia com as aventuras do personagem. Da infância pobre, mas alegre no sul do Brasil, até o estrelato no Barcelona. Comecei a admirar ainda mais aquele gênio da bola e sonhava em poder contar, por pelo menos alguns minutos, com ele no meu time do coração, o Atlético Mineiro.

  Alguns anos se passaram, e Ronaldo já era um jogador consagrado. Com 2 prêmios de melhor do mundo e  quase todos os títulos importantes conquistados, eram poucas suas metas no futebol europeu. Então, depois de mais de uma década longe do país natal, decidiu retornar ao Brasil. Flamengo foi o time escolhido. No clube, o início foi um conto de fadas e o final, inesperado e repentino, um pesadelo. O jogador saiu pela porta dos fundos e seu futuro era incerto.

  Ronaldinho mudou de ares e trocou a vida agitada do Rio de Janeiro pela tranquilidade de Minas Gerais. Para a surpresa de todos, transferiu-se para o Atlético-MG. Minha alegria não poderia ser maior. Poder assistir um ídolo de perto vestindo a camisa do meu time não tinha preço.

  Um melhor do mundo e uma torcida apaixonada, carente por ídolos e títulos, uma combinação que não poderia dar errado. Ronaldinho chegou questionado pelo passado recente, mas depois de algumas boas atuações, já foi abraçado pela massa. Em seu primeiro ano, levou o Galo ao segundo lugar do Campeonato Brasileiro e, após 13 anos, a uma vaga na Taça Libertadores da América, torneio que faltava ao atleta e ao clube.

  Em 2013, após excelentes apresentações e muito sofrimento, Ronaldo comandou os guerreiros atleticanos  no título mais importante já conquistado pelo clube, a Libertadores de 2013. Com isso, marcou seu nome na história do Atlético e será um eterno ídolo para a torcida alvinegra.

  Em 2014, o craque se despediu do clube com mais um título conquistado, a Recopa. Depois de alguns meses, o gaúcho retornou ao Brasil e hoje, Ronaldinho estará em campo em um jogo do Galo, mas do lado adversário. Será o primeiro encontro com a massa atleticana depois da passagem pelo time preto e branco. Por ser um dos meus maiores ídolos do futebol, torço sempre para seu sucesso, mas nesta partida, desejo que tenha a pior atuação da sua carreira. Para os atleticanos que foram ao Rio de Janeiro acompanhar a partida, agradeçam o jogador. Sua genialidade nos levou à nossa maior glória.

  Eu serei sempre grato ao dentuço por ter me proporcionado os maiores shows que já vi ao vivo no meio futebolístico e por ter ajudado o meu time a alcançar o maior título da sua história. Obrigado sempre, Ronaldinho!


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