River Plate x Tigres. Final da Libertadores de 2015.
Jogo de volta. O primeiro jogo, no México, terminou empatado, 0 x 0. O estádio
Monumental de Nuñes, na Argentina, foi o local do segundo confronto. E não
poderia ser mais apropriado.
A torcida
milionária fez a festa desde o começo. Estádio lotado, bandeiras e camisas
brancas e vermelhas, fogos de artifício e cânticos fervorosos. O estado de
espírito do apaixonado torcedor estava no ápice, em êxtase. Desejavam o título
como se valesse a vida. Gritavam e apoiavam até a garganta explodir, como se
isso colocasse a bola dentro da rede adversária. Talvez imaginassem que,
futuramente, colocaria...
Após um
começo de competição decepcionante, o River renasceu. E quem permitiu que isso
ocorresse foi o adversário da final, o Tigres. Que ironia do destino! Na última
rodada da fase de grupos, o time argentino precisava da vitória, além da ajuda
da equipe de Monterrey. E foi o que aconteceu. Na bacia das almas, o River se
classificou como pior segundo colocado e enfrentaria nas oitavas de final seu
maior rival, que fazia campanha brilhante, o Boca Juniors.
Um dos
maiores clássicos do mundo tinha tudo para ser épico e emocionante. Mas,
infelizmente, ficou marcado por um triste episódio. No segundo jogo, em La
Bombonera, um “torcedor” do Boca jogou gás de pimenta no túnel de acesso ao
campo quando os jogadores rivais estavam passando. Alguns atletas do River passaram
mal e o jogo foi suspenso. Como consequência, o Boca Juniors foi eliminado e o
River, que havia jogado melhor na maior parte do confronto, ficou com a vaga. E
o time tricolor ganhou sobrevida novamente.
Nas quartas
de final, o River enfrentou uma equipe tradicional do Brasil, o Cruzeiro. No
primeiro jogo, na Argentina, a equipe mineira venceu por 1 x 0. A classificação
argentina parecia distante, e a imprensa sul-americana já a considerava
improvável. Reverter o resultado no Mineirão com o fraco futebol apresentado na
partida de ida parecia algo dificílimo de acontecer.
Mas a torcida
do River ainda acreditava e compareceu em peso em Belo Horizonte. E com certeza
não se arrependeu. O time argentino fez uma excelente partida e goleou o
Cruzeiro. O placar de 3 x 0 mostrou o que foi o jogo: um baile, ou melhor, um
tango argentino. Pela terceira vez, o River renascia. Parecia um presságio que
o tricampeonato estava por vir.
Depois de
tantos momentos emocionantes e sufocantes, a final da competição se tornou
apenas mais um jogo para o River. A vitória por 3 x 0 não representou a
partida, que foi muito equilibrada. Mas o futebol sempre surpreende e, em
muitas ocasiões, não é um esporte justo.
Com muito
mérito, o River Plate conquistou o título. Não apresentou o melhor futebol, mas
quem disse que isso é necessário na Copa Libertadores? É um torneio único, que
vangloria a raça e o espírito de luta das equipes. É uma competição em que o
improvável se torna possível e o grito da torcida faz a diferença. Que o diga a
torcida milionária.
Viva o
verdadeiro futebol. Viva a torcida que pulsa na arquibancada. Parabéns ao Clube
Atlético River Plate, que mostrou, mais uma vez, que não é recomendado dar
sobrevidas a uma gigante na Copa Libertadores da América.
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