quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Obrigado, Levir!

  Hoje é um dia de boas lembranças e de um presente triste para Levir Culpi. Feliz porque faz um ano que ele levou o Galo ao seu primeiro título da Copa do Brasil. E triste porque foi anunciada oficialmente sua saída do clube, após mais de um ano e meio no cargo.

  Particularmente, tenho um apreço enorme pelo Levir. Pra mim, foi o melhor treinador que vi no Atlético. Primeiramente, em 2006, ele comandou o time que venceu a série B. Uma página manchada na história do clube, mas que não deixou de ter um gostinho especial. Ano de muitas vitórias e de um título nacional, pouco valorizado, mas o primeiro que acompanhei ao vivo. Depois, a goleada sobre o Cruzeiro na final do Mineiro, em 2007, que marcou sua saída para o Japão.

  Vários anos se passaram, Levir aprendeu japonês e virou até samurai, e talvez por isso, voltou diferente para o Atlético, 7 anos depois.  O seu estado de espírito se tornou outro. Alegre, carismático, sereno. O que foi traduzido em campo, com o time jogando para frente sem medo de se expor, e nas coletivas, sempre bem humoradas e com uma irreverência pouco habitual para um treinador de futebol.


  
  O trabalho bem feito e a longo prazo deu resultado, e Levir conquistou três títulos com o Galo: Recopa, Copa do Brasil e Mineiro. Sempre com um futebol envolvente e incisivo, até com certa irresponsabilidade.

  O único ponto fora da curva nessa segunda passagem pelo clube de Belo Horizonte foram as últimas semanas, turbulentas e desgastantes. O time não conseguiu conquistar o Campeonato Brasileiro e levou algumas goleadas. Essas falhas na defesa começaram a irritar grande parte dos torcedores, e sua teimosia característica, só afligiu a situação.

  De qualquer forma, esses atritos finais não conseguem sujar a linda história que Levir teve no Galo que, hoje, teve um ponto final. Na sua última entrevista, as risadas deram lugar a tristeza e as lágrimas. E isso só evidencia que é um personagem ímpar no futebol nacional. Criou um laço forte com o clube, sempre com sinceridade e realizando um trabalho honesto.


  Agora, nós, torcedores, só temos que agradecê-lo. Obrigado, Levir, por engrandecer ainda mais as páginas do Atlético. E que isso sirva de inspiração para que ele conte tudo o que passou aqui em um novo livro, talvez um “burro com sorte 2”.

 


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O fim do São Victor?

  Nas últimas semanas, acompanhei parte da torcida atleticana com um pensamento em comum: “O Victor não está como antes, está falhando e comprometendo o time em várias oportunidades.” Confesso que essa critica passou pela minha cabeça em algumas ocasiões, mas, mesmo assim, a situação não deixou de me incomodar.

  Afinal, meus comentários cautelosos são resultado do calor do momento, da euforia do jogo, enquanto os desses torcedores, principalmente nas rede sociais, são feitos de maneira frequente e com certa eloquência. Assim, não me restam dúvidas, a torcida atleticana, além de chata – como disse há algum tempo no twitter o ex-presidente Alexandre Kalil – agora também é ingrata.

  Ingratidão, palavra originada do latim, significa falta de reconhecimento por serviços prestados. E que serviços! Parece que essas pessoas se esqueceram do pé esquerdo do goleiro, que levou o Galo ao maior título da sua história, a Copa Libertadores da América. Ou talvez se esqueceram das inúmeras defesas do arqueiro, que possibilitaram que o Atlético alcançasse a conquista inédita da Copa do Brasil.

  Para relembrá-los da qualidade e da importância do Victor, não é preciso apenas citar suas grandes conquistas e voltar muito no passado. Neste Campeonato Brasileiro, em que ele apresenta visível instabilidade e está sendo muito criticado, salvou a equipe atleticana diversas vezes e assegurou pontos importantíssimos na luta pelo título e pelo G4.


                                         
                                         
  

  Na partida contra o Cruzeiro, Victor havia falhado no primeiro gol do time celeste. Depois, fez uma belíssima defesa em chute de fora da área e defendeu, nos acréscimos do segundo tempo, o penâlti cobrado por Willian. A partida terminou 1 x 1, e o Atlético garantiu um ponto precioso graças ao goleiro. 


  
  No jogo contra o Figueirense, Victor fez a sua melhor defesa do campeonato (no vídeo, o  lance é mostrado a partir do minuto 2:30), que garantiu que o Galo levasse pra casa 3 pontos fundamentais. 
  
  Após analisar essas defesas, é notório que o Victor continua o mesmo, sempre operando milagres. Momentos de instabilidade são naturais para qualquer profissional e, mesmo para um Santo, isso não é diferente.

  Portanto, aos que criticam veementemente o goleiro, repensem suas atitudes. Se o Atlético trilhou um caminho vitorioso, que alegrou a massa alvinegra, ele foi um dos principais responsáveis por isso.


  A humildade, um dos primordiais atributos dessa apaixonada torcida, está sempre alinhada à gratidão. Que possamos agradecer quem ajudou a construir trajetórias que ficarão marcadas na história do clube. Victor, independente do que aconteça, será sempre São Victor.