domingo, 6 de março de 2016

Robinho e o Galo: nem Freud explica


  Robson de Souza, mais conhecido como Robinho, nasceu em São Vicente, São Paulo, há mais de 32 anos. Desde novo, já apresentava qualidades exuberantes com a bola no pé e, por isso, rapidamente foi jogar nas categorias do Santos Futebol Clube. O garoto se destacava com dribles precisos e faro de gol e, no profissional, não foi diferente. Logo nos primeiros anos, ajudou o Santos a conquistar alguns títulos. Imediatamente, sua ida para a Europa se tornou inevitável.

  No continente europeu, fez fama em clubes poderosos, como Real Madrid, Manchester City e Milan e arrecadou cifras consideráveis. Sua performance se manteve em alto nível em grande parte do tempo e, assim, sua vaga na Seleção Brasileira era praticamente garantida. Com a camisa amarela, disputou Copas do Mundo e levantou troféus. Uma trajetória brilhante de um jogador que entrará para a história do seu país.

Robinho, nos tempos de Real Madrid, com a sua marca registrada: a alegria no rosto 

  Durante os mais de 10 anos na Europa, teve alguns momentos ruins, que se tornaram uma oportunidade para retornos triunfais ao clube do coração, o Santos, e para uma equipe na China, o que lhe rendeu um excelente montante.

  Em 2016, a carreira de Robinho tomou um rumo inesperado. Com o desejo de voltar ao Brasil, o retorno para o litoral paulista era dado como certo, mas o rei das pedaladas decidiu explorar um outro canto do país natal. O craque escolheu vestir o manto do Atlético-MG. Uma decisão surpreendente, ainda que a equipe de Minas Gerais tenha oferecido um salário mais alto.

  Seu discurso de apresentação  talvez ratifique isso. Ao afirmar que futebol hoje é negócio, o jogador possivelmente justificou por que escolheu o Galo. Mesmo assim, decidi investigar e refletir um pouco mais sobre o tema para entender os reais motivos dessa união. E cheguei a uma conclusão: essa relação nem Freud explica.

  Sigmund Freud nasceu no século XIX, formou-se em medicina e fez do estudo do comportamento humano a sua vida. Esforçado e curioso, estudou vários casos e promoveu várias teses. Tais teorias foram muito valorizadas pela sociedade com o tempo, e o título que recebeu de pai da psicanálise comprovam isso.

Freud, criador da psicanálise, mas que nunca conseguiu solucionar a seguinte questão: a relação entre Robinho e o Galo
  
  Uma das questões abordadas por Freud foi entender os traumas humanos. O seu método para investigá-los era a associação livre, que permitiria que ele obtivesse resultados mais precisos. Através dessa ferramenta, identificava os sintomas e, dessa maneira, poderia apurar a fundo os traumas sofridos.

  Robinho tinha o desejo de voltar a jogar no Brasil, mais precisamente no Atlético-MG. Um interesse intrínseco e sintomático, que precisava ser sanado imediatamente.

  E, pelo o que parece, um objetivo que, mesmo distante e inimaginável há alguns anos, teria que ser cumprido. Afinal, em 2006, no ano mais traumático da história do Atlético, ele gritava aos quatro ventos que, apesar de estar no seu ápice no time galáctico do Real Madrid, gostaria de vestir futuramente a camisa do time alvinegro de BH, para ter o nome gritado pelos fanáticos torcedores do clube.



  Hoje, no jogo contra a Tombense, válido pelo Campeonato Mineiro, Robinho mostrou sua sintonia com a massa e com as redes. Balançou o gol adversário em três oportunidades, deu dribles e até levou a bola para casa. Assim, levou a massa à loucura e mostrou o seu valor. Uma união que pode gerar muitos sorrisos e quiçá  títulos e prêmios individuais ao camisa 7.

  
  Se Freud explora tanto os sonhos em suas análises, não posso deixar de salientar esse ponto na minhas considerações. A relação do Robinho com o Atlético ignora traumas, mas possui sintomas diretamente ligados ao subconsciente do menino da vila. O sonho de um garoto de 22 anos está se tornando realidade, pois hoje o homem Robinho joga no Clube Atlético Mineiro.