Quarta-feira. 22 horas. O horário não era o ideal,
ainda mais para um dia no meio da semana, mas não foi obstáculo para mais de
50.000 atleticanos. A torcida compareceu em peso em um jogo fundamental, que
valia a liderança. Certamente, quem esteve presente não se arrependeu. O
espetáculo custou algumas horas de sono, mas proporcionou ápices de emoção que
nenhum sonho pode oferecer.
Atlético-MG X
Sport prometia ser um confronto aberto. Com estilo de jogo ofensivo, os dois
times possuíam os melhores ataques da competição. Logo, era esperado muitos
gols. E a realidade não deixou a desejar.
No primeiro
tempo, as equipes pouco arriscaram. As defesas estavam compactas e foram raras
as chances de gol. O Atlético ficou mais tempo com a posse da bola, mas o Sport
assustava nos contra-ataques. No geral, o empate foi justo e inevitável.
Na segunda
etapa, o Galo entrou com outra postura. Foi para cima e rapidamente abriu o
placar. Em uma jogada de velocidade, Maicosuel costurou a defesa nordestina e
lançou na ponta para Thiago Ribeiro. O meia direita avistou Lucas Pratto na
área e cruzou. O atacante mostrou oportunismo e, mesmo caindo, arrematou com
força e precisão, estufando a rede adversária.
A torcida,
que apoiou intensamente desde o início da partida, fez a festa. Camisas
alvinegras rodando para o alto. Hino sendo proclamado pela multidão. E, claro,
várias selfies e filmagens nos smartphones, que não podem faltar no clímax dos
jogos do futebol moderno.
O Sport não
se abateu e foi para o ataque. Em um lance seguinte ao gol inicial, a bola foi
jogada para a área do Galo. A zaga atleticana ficou observando e a bola foi
parar no fundo do gol de Victor. O zagueiro Matheus Ferraz cabeceou no canto e
empatou a partida.
O segundo
tempo era frenético e, quem foi ao banheiro no início, perdeu lances cruciais
para a história do jogo. Após o empate, o Atlético e a arquibancada continuaram com o mesmo ímpeto. O cântico
“Vai para cima deles, Galô!” impulsionou o time, que seguiu o comando com exatidão.
O meia Maicosuel estava inspirado após os dois
gols na partida contra o Internacional. Recebia a bola e ia para cima, sempre
em direção ao gol. Aos nove minutos, ele novamente infiltrou na defesa do
Sport, driblando os adversários com agilidade. Logo em seguida, tocou para o
armador Giovanni Augusto, que estava livre na entrada da grande área. O
articulador, que possui técnica refinada, ajeitou a bola e, surpreendentemente,
chutou para o gol. O arremate de chapa foi perfeito. O objeto esférico fez uma
curva praticamente translacional e, por isso, em vez de ir para fora, triscou a
trave e foi parar no canto do gol. Um momento genial que colocou o Atlético de
novo na frente no placar.
Em apenas dez
minutos, os times já tinham feito três gols. O ritmo frenético encantou os
torcedores, mas teve consequências. Depois do segundo gol, o time mineiro
controlou o jogo, e o Leão da Ilha não teve forças para atacar. Nos acréscimos,
uma cabeçada de Marlone acertou a trave e, assim, o empate também bateu na
trave.
Fim de jogo. Vitória do Atlético, que confirma a excelente fase e assegura a liderança isolada. Show da torcida e belo embate em campo, que ocorreu na decima segunda rodada, mas teve todos os requisitos de uma final de campeonato.