terça-feira, 14 de outubro de 2014

A segunda Era Dunga na Seleção: avanço ou retrocesso?

  Após sofrer o maior vexame de sua história, na humilhante derrota para a Alemanha na Copa do Mundo do Brasil, a Seleção brasileira tenta juntar os cacos e seguir em frente. Pra quem esperava uma reformulação total assim como eu, a escolha de Dunga para ser o novo técnico foi decepcionante. O capitão da conquista de 94 não possui os requisitos necessários para tal cargo e já teve a sua chance. Falhou e mostrou falta de preparo, o que ainda parece ser o problema. Ele tem as mesmas origens gaúchas que o antecessor Felipão e adota o mesmo pensamento que o antigo treinador: ganhar a qualquer custo. Dessa forma, o verdadeiro futebol arte vem sendo aniquilado por brucutus do 0,5 x 0 cada vez mais e o futuro acaba se tornando um retrocesso. É isso que queremos para um dos nossos maiores patrimônios?
  
  Nos primeiros amistosos, o time de Dunga teve resultados positivos, mas com um futebol pouco  animador. A base da equipe foi a mesma da Copa, apenas com algumas modificações pontuais. Assim, também apresentou muita disciplina tática e pouca ousadia. Nas poucas mudanças que houve, a principal delas foi no ataque. Diego Tardelli, que vive excelente fase no Atlético MG, se tornou a  principal referência ofensiva, atuando como "falso 9". É um goleador nato, mas que se movimenta muito e se apresenta constantemente para o jogo. É o jogador certo para essa função e teve boas atuações até agora. Apesar disso, a "Neymardependência"continua, e depender do talento de um só jogador é muito pouco para uma Seleção do calibre do Brasil. Assim, o estilo de jogo que predomina ainda é o pragmatismo e temos muito a evoluir. Faltam jogadores criativos, os chamados gênios da bola, que têm o poder de decidir uma partida assim como o Neymar. E, no Brasil, que é um celeiro de craques, isso é o que não falta.
  
  Precisamos investir mais na base em busca de jovens promessas. O Brasil mostra que ficou pra trás vangloriando esses técnicos da política de resultado. E é essencial uma reforma da CBF, tirando todos os manda-chuvas autoritários e egoístas que tanto prejudicam o esporte do povo e a seleção canarinha. Após essas modificações, a seleção brasileira precisa ser entregue a pessoas sérias e que entendem do assunto, como ex-jogadores e dirigentes que querem beneficiar o time do Brasil e não a si próprios. A partir disso, depositar a confiança em algum técnico que mereça verdadeiramente o convite e esperar os frutos que, a longo prazo, com certeza virão. Essa receita já foi implantada em vários países como na atual campeã, Alemanha, e não há dúvidas que é o único caminho para a Seleção pentacampeã voltar aos trilhos e voltar a nos alegrar com bom futebol como em um passado remoto...