segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Jesús Dátolo e o canetástico

  Atlético-MG 3 x 1 Flamengo. 25 minutos do segundo tempo. A partida parecia definida. Eram esperadas poucas emoções pelos telespectadores. O Atlético controlava bem a partida e a vitória era questão de tempo. Foi então que a obra prima, que marcaria o confronto, tomou forma. Jesús Dátolo, que havia participado dos outros três tentos atleticanos, deixaria sua assinatura com maestria e se consolidaria como o principal jogador do jogo.

  O golaço, que sem dúvidas será um dos mais belos do torneio, ficará eternizado na mente da massa. O camisa 10 alvinegro desconsertou o lateral Pará, que foi parar bem longe, possivelmente no estado que carrega no seu sobrenome. Drible que remete ao seu antecessor, ídolo eterno da torcida, Ronaldinho Gaúcho. O número nas costas tinha a marca de um gênio e, no dia, estava abençoada. Para completar, um chute firme, no canto, sem chances para o goleiro. Toque com muita técnica que, para os jogadores de FIFA no vídeo game, foi um exemplo do quadrado + R1.


  Confesso que o drible me chamou a atenção. Assisti ao replay do lance inúmeras vezes para poder entendê-lo e tentar explicá-lo. O argentino, que é muito inconstante, tem momentos de craque e outros de pernas de pau. No jogo de ontem, fez uma atuação primorosa e a pintura apenas a coroou.

  A arte do meia foi digna de descrição e, talvez, até uma placa. Primeiro, puxou a bola para trás e, em questão de milésimos de segundos, a puxou para frente. Movimento inesperado por todos, até mesmo pelo marcador flamenguista, que deixou as pernas escancaradas, o que possibilitou que o armador pudesse completar a jogada com uma caneta. O lateral rubro negro tentou tirar a bola de todos os jeitos, mas Dátolo já estava bem a frente, livre para arrematar a gol.

  Uma espécie de elástico seguido de uma caneta. Logo, uma elastiqueta ou canetástico. Um drible inovador, que não merecia outro desfecho senão a bola na rede. Momento único para Jesús, que criou uma patente futebolística que certamente ficará marcada na história da bíblia, digo do futebol brasileiro.



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