Atlético-MG 3 x 1 Flamengo. 25 minutos do segundo
tempo. A partida parecia definida. Eram esperadas poucas emoções pelos
telespectadores. O Atlético controlava bem a partida e a vitória era questão de
tempo. Foi então que a obra prima, que marcaria o confronto, tomou forma. Jesús
Dátolo, que havia participado dos outros três tentos atleticanos, deixaria sua
assinatura com maestria e se consolidaria como o principal jogador do jogo.
O golaço, que
sem dúvidas será um dos mais belos do torneio, ficará eternizado na mente da
massa. O camisa 10 alvinegro desconsertou o lateral Pará, que foi parar bem
longe, possivelmente no estado que carrega no seu sobrenome. Drible que remete
ao seu antecessor, ídolo eterno da torcida, Ronaldinho Gaúcho. O número nas
costas tinha a marca de um gênio e, no dia, estava abençoada. Para completar,
um chute firme, no canto, sem chances para o goleiro. Toque com muita técnica
que, para os jogadores de FIFA no vídeo game, foi um exemplo do quadrado + R1.
Confesso que
o drible me chamou a atenção. Assisti ao replay do lance inúmeras vezes para
poder entendê-lo e tentar explicá-lo. O argentino, que é muito inconstante, tem
momentos de craque e outros de pernas de pau. No jogo de ontem, fez uma atuação
primorosa e a pintura apenas a coroou.
A arte do meia foi digna de descrição e, talvez, até uma placa. Primeiro, puxou a
bola para trás e, em questão de milésimos de segundos, a puxou para frente.
Movimento inesperado por todos, até mesmo pelo marcador flamenguista, que
deixou as pernas escancaradas, o que possibilitou que o armador pudesse
completar a jogada com uma caneta. O lateral rubro negro tentou tirar a bola de
todos os jeitos, mas Dátolo já estava bem a frente, livre para arrematar a gol.
Uma espécie
de elástico seguido de uma caneta. Logo, uma elastiqueta ou canetástico. Um
drible inovador, que não merecia outro desfecho senão a bola na rede. Momento
único para Jesús, que criou uma patente futebolística que certamente ficará
marcada na história da bíblia, digo do futebol brasileiro.
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