Belo
Horizonte. Bairro do Horto. Estádio Independência. Onde o imprevisível
acontece. Onde o “eu acredito” se tornou o mantra. Onde o Atlético se libertou dos azares do
passado e a sorte passou a andar ao lado.
Local místico, assustador. O formato de
ferradura atrai os gols atleticanos e a massa amedronta os adversários. O revés
é quase inevitável. O enterro é logo ali. Mas há quem sobreviva...
Oitavas de final da Copa Libertadores. Jogo
de ida do confronto Atlético x Internacional. Diferente dos anos interiores, o
time alvinegro iria ser o mandante do primeiro jogo. Assim, não poderia repetir
as incríveis viradas no jogo de volta. Ao menos que faça isso na casa do
adversário, o que nesse confronto será necessário.
Perguntado pelos repórteres antes do jogo,
Diego Aguirre, técnico do colorado, afirmou que não conhecia a máxima do “caiu
no horto, tá morto” por ser estrangeiro. Ao postar o time de maneira defensiva
deixando na reserva estrelas do ataque como D`Alessandro, agiu de maneira
contraditória. Não escondeu que um empate seria ótimo resultado e isso
justifica a tática escolhida.
O início da partida foi o melhor dos mundos
para Aguirre. O Inter abriu o placar logo no primeiro minuto com Lisandro López.
O argentino, que fazia sua estreia na competição, aproveitou erro de passe de
Marcos Rocha para chutar fraco, mas no canto e superar o goleiro Victor.
O tento colorado foi um banho de água fria
para o time atleticano. Mesmo assim, o galo seguiu ao ataque e quase empatou
com um belo chute (de novo) de Rafael Carioca. A bola bateu na trave e arrancou
suspiros do torcedor na arquibancada, que voltou a apoiar o time. Minutos
depois, os gritos surtiram efeito, e o Atlético igualou o jogo. Lucas Pratto, um
guerreiro em campo, lutou pela posse de bola na entrada da área de ataque e
arriscou o chute, que bateu no defensor e sobrou para o lateral Douglas Santos,
que não desperdiçou. Arremate preciso, no canto. O galo voltava ao jogo.
A partida continuou parelha e o empate
persistia no placar. O Atlético pressionava mais, mas o Inter fazia uma bela
marcação nas laterais e impedia que o ponto forte alvinegro entrasse em ação.
As movimentações ofensivas de Luan e Marcos Rocha eram anuladas, e o Galo só investia
na outra ponta, que não tinha o mesmo poder de decisão. Além disso, Alisson,
goleiro colorado, estava em noite inspirada e fazia belas defesas.
Os torcedores alvinegros pediam mudanças no
time, mas Levir não os atendia. Enquanto isso, Aguirre realizou duas
substituições que mudaram o rumo da partida. D’Alessandro entrou e,
imediatamente, ajeitou a bola para bater a falta. Valdivia também adentrou o
gramado e foi direto para a área. O camisa 10 cruzou a bola na cabeça de Alan
Costa, que ajeitou para Valdivia cabecear pro fundo das redes.
Só após o gol do Internacional que Levir
atendeu o desejo do torcedor. Jô e Giovani Augusto entraram, e o Atlético foi
para cima. Foram inúmeras chances criadas e outras grandes defesas de Alisson.
O time atleticano ocupava o campo adversário e o gol de empate parecia questão
de tempo. Léo Silva virou atacante e não havia mais tática. Depois de Victor e
Guilherme, foi a vez do capitão realizar um milagre nos acréscimos da partida. Após
lateral de Marcos Rocha, a bola sobrou na área e o zagueiro fuzilou pro fundo
do gol. A mística do Horto aparecia mais uma vez. O enredo de cinema da
história recente do Atlético ganhava mais um capítulo. 2 x 2 épico e
emocionante. O galo ganha sobrevida e ainda acredita.
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